A Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, reuniu ontem com o Presidente da Câmara Municipal de Odemira, Hélder Guerreiro, o Presidente da Câmara Municipal de Aljezur, José Gonçalves, e o Presidente da Câmara Municipal de Monchique, Paulo Alves, depois do incêndio de Agosto que causou prejuízos que poderão ultrapassar os 15 milhões de euros.
Na reunião marcaram igualmente presença os secretários de Estado da Conservação da Natureza e Florestas, João Paulo Catarino, da Habitação, Fernanda Rodrigues, e da Agricultura, Gonçalo Rodrigues.
A ministra da Coesão Territorial estima para os três concelhos, prejuízos de “cerca de 15 milhões de euros, que vai ter de ser ainda acertada, ou seja, há áreas onde ainda vamos ter que proceder a um trabalho mais ‘fino’”, revelou ao jornalista Carlos Pinto, do Correio Alentejo, parceiro da Rádio Castrense.
Ana Abrunhosa, realçou que “a grande prioridade” passa por recuperar as primeiras habitações totalmente danificadas pelo incêndio, num total de oito famílias afetadas, “que serão apoiadas através do programa ‘Porta de Entrada”.
“Depois, estamos já a trabalhar com os municípios na estabilização de emergência dos terrenos porque, vindo as chuvas, temos que impedir que os solos se degradem ainda mais e que haja situações mais graves”, acrescentou.
“Uma das coisas muito importante nesta reunião foi falarmos de futuro. E futuro é não voltar a cometer os mesmos erros que se têm cometido ao longo dos anos, em que temos um espaço que tem sido objeto de incêndios que têm, de alguma forma, criado prejuízos enormes”, acrescentou Hélder Guerreiro.
Por isso, continuou, a proposta de criação de uma Área Integrada de Gestão da Paisagem (AIGP), abrangendo os três municípios e envolvendo também agentes privados, “pode ser muito importante para estes territórios”.
No setor do turismo, Ana Abrunhosa disse que já foi criado um grupo de trabalho a nível local para trabalhar na atratividade do território, que “desde a pandemia tem um problema de reputação e de imagem de destino”.
Relativamente à agricultura, a ministra lembrou que já foram atribuídos “apoios à alimentação” dos efetivos pecuários e que ainda está “para sair o despacho [com os apoios] para os apicultores”.
“Depois serão [definidos] os apoios à reposição do potencial produtivo”, acrescentou, explicando que estes permitirão “replantar as árvores que se perderam, as vedações, os sistemas de rega, as máquinas e as alfaias agrícolas”.
Nos planos do Governo está igualmente a constituição de uma Área Integrada de Gestão da Paisagem (AIGP), abrangendo os três municípios e envolvendo também privados, que poderá ter financiamento a fundo perdido de 100%, através do Plano de Recuperação e Resiliência.
Após a sessão de ontem, a ministra da Coesão Territorial revelou que, “daqui a 15 dias”, estará feito o levantamento final dos prejuízos causados pelo incêndio e que dentro de “um mês haverá uma nova reunião”.
É nessa altura que o presidente da Câmara de Odemira espera que já exista “uma resolução do Conselho de Ministros” que possa “congregar todas as medidas” de apoio que foram discutidas durante a reunião de hoje.
“Seja em resolução do Conselho de Ministros – que era aquilo que nos parecia mais eficaz – seja numa outra forma qualquer, [esperamos] que as medidas estejam estruturadas e no terreno”, disse Hélder Guerreiro.
Reportagem: Carlos Pinto – Correio Alentejo – Parceiro Rádio Castrense