O estudo da Deco Protesto aponta que 71% das famílias portuguesas tiveram dificuldades em pagar as suas contas em 2021, uma percentagem superior aos 69% do ano anterior.
O estudo mostra que as principais áreas que geraram constrangimentos na gestão orçamental dos consumidores dizem respeito às despesas com atividades de lazer, reportadas por 41% dos inquiridos, habitação (40%), saúde (39%%), mobilidade (39%) e alimentação (29%).
Se estes resultados forem comparados com 2020, verifica-se que a dificuldade em enfrentar as despesas com mobilidade sofreu o maior aumento (7,2 pontos percentuais), seguindo-se as despesas com a habitação (4 pontos percentuais), a alimentação (3,4 pontos percentuais) e a saúde (1,6 pontos percentuais).
A Deco Proteste conclui que no Alentejo está a maioria das famílias com dificuldades económicas, com cerca de 72% do total. Seguem-se os Açores (71%) e Lisboa e Vale do Tejo (71%). Mas é na Madeira que está a maior proporção de famílias em pobreza estrema, com 9,5%.
O estudo revela ainda que na análise por distritos, os agregados de Évora (79%), Castelo Branco (78%) e Leiria (78%) foram os que revelaram maiores constrangimentos na gestão financeira em 2021.
E são as famílias monoparentais (86%) e as numerosas (76%) que mais dificuldades enfrentam. No primeiro caso, uma cada 10 famílias vive em pobreza extrema.
Quanto à percentagem de famílias que consideram estar em situação de “conforto financeiro”, essa situa-se em 29%, o que representa uma descida face a 2020, em que o valor era de 31%.
No que diz respeito à pandemia de Covid-19, 45% das famílias portuguesas diz que viu os seus rendimentos diminuírem por causa dessa situação. No total, 23% das famílias portuguesas revelaram ter sofrido uma quebra de rendimentos superior a 25%, face a 2020.
Entre as famílias não afetadas financeiramente pela pandemia, 58% reporta dificuldades em pagar as suas despesas do dia-a-dia. Já nas que registaram quebras de rendimento abaixo dos 25%, a fação em apuros dispara para 78%.
Fonte :DECO