Na passada sexta-feira, dia 12 de julho, a Secretária de Estado da Gestão da Saúde realizou uma visita ao concelho de Serpa, onde se deslocou à Unidade Médico Cirúrgica do Hospital da Santa Casa da Misericórdia.
A visita gerou controvérsia devido às recentes dificuldades enfrentadas pela população desde a saída do Hospital de S. Paulo do âmbito do Serviço Nacional de Saúde, decisão atribuída a governos anteriores e mantida pelo atual.
Sobre a visita da governante ao concelho, a autarquia de Serpa diz que “é oportuno lembrar que mandam as regras básicas mais elementares da relação institucional entre a Administração Central e Local, que a deslocação oficial de um membro do Governo, seja a que concelho for, em nome do respeito que o Poder Local merece ou deve merecer, seja previamente transmitido ao mesmo”.
“Qualquer eleito de qualquer força politica tem o direito de convidar seja quem for para visitar o concelho, bem como qualquer membro ou dirigente de qualquer força politica também tem o direito de o visitar, mas já não é aceitável que um governante o faça nessa qualidade, sem nada dizer, desrespeitando os órgãos locais democraticamente eleitos”, sublinha o município de Serpa em comunicado.
Na mesma nota, pode ler-se que, “o desprezo do governo e dos deputados eleitos no distrito, pelo concelho, é de tal ordem, que apesar dos acontecimentos recentes ocorridos em Brinches, que deixaram sem bens e com problemas nas habitações um conjunto de moradores, uma vasta destruição de caminhos, viaturas e outros bens, nem um membro do governo, nem um deputado do distrito, contataram a câmara, mais que não fosse, para demonstrar solidariedade (o deputado do PSD visitou Brinches, mas não se dignou contatar a Câmara Municipal)”, lamenta a Câmara Municipal de Serpa.
A autarquia diz que “vai propor na próxima reunião de Câmara, a aprovação de um voto de protesto face um comportamento que consideramos institucionalmente inaceitável”.
A nota emitida é assinada por João Efigénio, presidente da Câmara Municipal de Serpa.