A Universidade de Évora (UÉVORA) marcou mais um passo na sua evolução pedagógica com a apresentação, no Auditório Nobre do Colégio do Espírito Santo, da sua Estratégia Institucional para o uso da Inteligência Artificial (IA). A sessão, que contou com a presença da Reitora Hermínia Vasconcelos Vilar e da Vice-Reitora para a Educação e Inovação Pedagógica, Ana Paula Canavarro, assinalou o início de um processo participado e estruturado para integrar a IA no ensino, nas práticas de avaliação e nas aprendizagens dos estudantes.
Na abertura do evento, a Reitora Hermínia Vasconcelos Vilar enfatizou que a IA é hoje uma “presença constante na nossa vida quotidiana”, o que exige que as instituições de ensino superior abordem o seu impacto nos processos formativos de forma responsável. A Reitora sublinhou a necessidade de definir estratégias e partilhar práticas entre a comunidade académica, reforçando que a iniciativa reflete o “compromisso da Universidade de Évora com uma inovação pedagógica responsável e participada, ancorada na reflexão crítica”. Para Hermínia Vilar, a UÉVORA demonstra estar atenta aos desafios do seu tempo, empenhada em preparar os seus membros para um futuro onde a tecnologia e a aprendizagem caminham lado a lado.
Ana Paula Canavarro, Vice-Reitora e responsável pela coordenação da estratégia, destacou que a IA está a transformar profundamente a relação com o conhecimento e coloca “desafios sem precedentes, que exigem uma resposta organizada e partilhada”. Defendendo a necessidade de uma estratégia institucional que envolva toda a academia, a Vice-Reitora alertou para a responsabilidade institucional de garantir que os estudantes adquiram as competências em IA, que são já fundamentais para o mercado de trabalho. A abordagem da UÉVORA é, segundo Canavarro, colaborativa e responsável, focada em “aproveitar o seu potencial para melhorar o ensino e a aprendizagem” e não em evitar o seu uso.
A Estratégia Institucional da UÉVORA apresentada pela Vice-Reitora inclui a constituição de um grupo de trabalho especializado com docentes, investigadores e estudantes; a criação de um referencial comum de orientações para o uso da IA no ensino e avaliação; a adesão da UÉVORA como instituição piloto ao Projeto IAedu, coordenado pela FCCN; a promoção do acesso equitativo a ferramentas de IA; a oferta de formação específica para docentes e estudantes, já iniciada a 5 de novembro; e a realização de eventos regulares para a partilha de práticas.
A primeira parte da sessão foi ainda complementada com comunicações sobre a implementação do Projeto IAedu, as ferramentas de IA em uso e os desafios da deteção automática de conteúdos, bem como o papel do desenvolvimento profissional docente. Isabel Fialho, Coordenadora do Centro de Inovação Pedagógica (CIP), apresentou a proposta de referencial de orientações sobre o uso de IA na Educação, que ficará em discussão pública até 12 de dezembro, com o objetivo de produzir um documento institucional final baseado em princípios de transparência, integridade académica e inclusão.
O evento culminou com o painel “Práticas de Ensino com IA na UÉ”, que reuniu docentes de várias escolas e um representante estudantil, promovendo a partilha de experiências concretas e a reflexão sobre os desafios éticos e pedagógicos associados à adoção desta tecnologia no ensino superior.
