A noite de domingo foi verdadeiramente histórica na capital do Baixo Alentejo. Pela primeira vez na sua história autárquica, a Câmara Municipal de Beja virou à direita, pondo fim a 49 anos de liderança da esquerda, alternada entre o Partido Socialista (PS) e a Coligação Democrática Unitária (CDU).
Paulo Arsénio, não conseguiu chegar ao terceiro mandato, tendo liderado a Câmara Municipal de Beja durante 8 anos.
A coligação “Beja Consegue”, liderada por Nuno Palma Ferro, alcançou um resultado inédito, vencendo as eleições autárquicas no concelho. A festa na sede de campanha começou logo após a revelação dos resultados das uniões de freguesias da cidade, confirmando a mudança no panorama político local.
A dimensão da vitória é sublinhada pelo contraste com o último ato eleitoral. Em 2021, o “Beja Consegue” havia conquistado apenas 18,5% dos votos, ficando atrás do PS e da CDU. O salto eleitoral catapultou a coligação para a liderança da autarquia, tornando-se a terceira força política a presidir à Câmara Municipal.
No seu discurso de vitória, Nuno Palma Ferro demonstrou “um espírito de união”, fazendo questão de “saudar em primeiro lugar os adversários”. O recém-eleito presidente agradeceu “a todos os votantes”, apelando à “coesão no concelho”.
A vitória representa a concretização de um desejo de longa data de Nuno Palma Ferro: a vontade de mudar o rumo da autarquia. É com essa promessa que se propõe governar Beja nos próximos quatro anos.
Nuno Palma Ferro não conseguiu a maioria absoluta. Elegeu dois mandatos, o PS outros dois mandatos, a CDU também dois mandatos e David Catita, do CHEGA, conseguiu um mandato.
Apesar da histórica alteração no município de Beja, o cenário distrital mantém a predominância do PS. O partido venceu o distrito este ano, conquistando 40,65% dos votos e um total de nove autarquias.
Foto: Diário do Alentejo.
