A Câmara Municipal de Ourique emitiu hoje uma comunicado em resposta a uma carta aberta do Partido Chega relativamente à utilização de um edifício em Garvão. O município esclarece que “o espaço em questão não é o antigo Jardim de Infância, mas sim um edifício adjacente que se encontrava sem uso”.
Segundo a autarquia, “a sua utilização foi solicitada, a título de empréstimo temporário, pelos responsáveis da empresa Cânhamor, que, como é do conhecimento público, tem atualmente em curso um investimento muito significativo na instalação de uma unidade industrial em Garvão, que está a criar 40 postos de trabalho e a dinamizar a economia local”.
O pedido teve como objetivo permitir a prática religiosa, de forma temporária, por parte de uma pequena comunidade de trabalhadores da empresa, até serem encontradas instalações próprias e definitivas.
A nota de imprensa sublinha que “o antigo Jardim de Infância de Garvão, mencionado em algumas interpretações públicas, não está envolvido neste processo e será reabilitado para acolher a futura Extensão de Saúde local, cujo concurso público está em curso”.
O município recorda ainda o seu histórico de colaboração com diversas expressões religiosas no concelho, através do financiamento de obras, cedência de instalações e apoio a atividades, “sempre pautado pelo respeito pela liberdade de culto”.
O Presidente da Câmara Municipal de Ourique, Marcelo Guerreiro, defende “a importância da tolerância e do respeito pelos direitos fundamentais de todos os cidadãos, especialmente daqueles que escolhem o concelho para trabalhar e viver”. A autarquia diz que “rejeita qualquer tentativa de instrumentalização partidária de questões sensíveis e reafirma o seu compromisso com a verdade, a legalidade e a dignidade humana”.
Na nota, Marcelo Guerreiro questiona ainda o Partido Chega “sobre o diálogo inter-religioso” e cita o Papa Francisco, reforçando “a política de acolhimento e respeito do município para com todos”.