Já foi publicada em Diário da República, a Resolução do Conselho de Ministros N.º 77/2025 que “Aprova o Plano Nacional Ferroviário” e determina à Infraestruturas de Portugal a avaliação de investimentos ferroviários prioritários. Nesta resolução consta a reabertura da Linha do Alentejo entre Beja e Funcheira (Ourique).

No documento pode ler-se que a “Reabertura da Linha do Alentejo entre Beja e Ourique (estação da Funcheira) no caso do Corredor Internacional Sul, com aumento de capacidade da Linha do Alentejo entre Poceirão e Bombel, o ponto de estrangulamento do itinerário entre Sines e Elvas passará a ser o troço Vendas Novas — Casa Branca. Em resposta a este constrangimento, a reabertura do troço Beja — Ourique da Linha do Alentejo poderá permitir criar o itinerário alternativo que reforça a capacidade e dá redundância ao acesso ao porto de Sines. A reabertura deste troço pode ser considerada, em conjugação com o transporte de passageiros, com a criação de condições operacionais adequadas aos comboios de mercadorias, seja em termos de comprimento de comboios, seja em termos de correção de pendentes.
Com a reabertura da Linha do Alentejo entre Beja e Ourique, já mencionada a propósito do transporte de mercadorias, e com a nova travessia do Tejo, torna-se possível que alguns dos serviços Intercidades entre Lisboa e o Algarve circulem por Beja ou, equivalentemente, considerar o prolongamento dos Intercidades Lisboa — Beja até Faro, sem penalizar demasiado o tempo de viagem entre os extremos.

Assim, colocam-se as duas cidades no mesmo eixo ferroviário, concentrando tráfegos e permitindo a acessibilidade entre elas. O tempo de viagem será semelhante ao que existe atualmente nos Intercidades da Linha do Sul. Desta forma, fecha-se mais um anel na rede ferroviária nacional. Para obter ganhos adicionais de tempo de viagem na ligação entre Lisboa e o Algarve, existem duas possibilidades, consideradas neste Plano em alternativa: A modernização da Linha do Sul, por onde circulam hoje todos os comboios com destino ao Algarve, com um investimento significativo em correções de traçado entre Torre Vã e Tunes e eventuais investimentos adicionais a Norte de Torre Vã; a construção e uma nova ligação que incluísse Évora e Beja no mesmo Eixo Lisboa — Algarve.”
Neste documento está, também, a “Eletrificação do Ramal de Neves Corvo Atualmente, 80 % dos km realizados pelos comboios de circulação pelo Ramal de Neves Corvo estão eletrificados, mas a tração utilizada em todo o trajeto é diesel pela falta de eletrificação do Ramal de Neves Corvo. A eletrificação do Ramal de Neves Corvo permitirá a transição para tração elétrica de todos os comboios que circulam diariamente neste ramal.

Neste documento que define a rede ferroviária, assegurando ligações de interesse nacional e internacional, o Governo mandata o Instituto da Mobilidade e dos Transportes a “determinar que a Infraestruturas de Portugal, deve assegurar a inscrição dos montantes a contratar nas suas propostas de planos de atividades e orçamentos, com vista à obtenção da devida aprovação de despesa, bem como dos encargos associados à respetiva plurianualidade”, bem como das “diligências necessárias, com vista à obtenção de cofinanciamento da União Europeia” ou através de “Outras fontes de financiamento, nomeadamente por via dos fundos obtidos pelas comissões de coordenação e desenvolvimento regional”.