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Segunda-feira, Março 17, 2025

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Rádio Castrense cumpre hoje 38 anos de emissões ao serviço do Baixo Alentejo – Conheça um pouco da nossa História

A Rádio Castrense cumpre este sábado, 25 de janeiro, 38 anos de emissões regulares ao serviço do “Campo Branco” e do Baixo Alentejo em geral.

A onda de vontades e de desassossego que inundou o “éter” do país na década de 80 do Século XX, chegou a Castro Verde pela mão de José Tomé dos Anjos e António Pereira.

Os dois complementaram-se no desejo de levar a voz para lá da Rua Nova (Castro Verde) e chegar às aldeias e vilas das Terras Brancas e do Baixo Alentejo em geral.

O sótão do José Tomé dos Anjos, entre fios e microfones, começou a ser pequeno para acolher todos os que desejavam pôr a voz no ar e descobrir os encantos e a magia da rádio.

José Tomé dos Anjos, fundador da Rádio Castrense, explica que “o objetivo de começar com as emissões da estação, foi o de dar voz a quem não a tinha”.

José Tomé dos Anjos (à esquerda) – Principal impulsionador da Rádio Castrense

O caminho começou a ser pisado por muitos que não resistiram à onda da pirataria nos tempos da frequência da Castrense, ainda em 92.8 Mhz.

Na véspera do Natal de 1988, o Governo quis ordenar as frequências que surgiam nas bandas das telefonias em Frequência Modelada como os cogumelos nascem no campo. Nessa altura, existiam mais de 700 rádios piratas em todo o país.

Fecharam-se as portas e calou-se a magia! Foram mais de seis meses de incómodo e forçado silêncio em que a Rádio Castrense (e as outras) mergulharam.

Nascidas do voluntarismo de jovens que queriam brincar às telefonias ou do desconforto de profissionais de rádio perante a governamentalização e institucionalização das três emissoras nacionais RDP, Rádio Comercial e Rádio Renascença. As chamadas “rádios piratas” surgiram no início dos anos 80 e proliferaram de norte a sul do país, autointitulando-se a “voz” da respetiva região. Foi o tempo dos estúdios improvisados em sótãos, caves, quintas e moinhos de vento abandonados, montados aqui e ali ao sabor da ação fiscalizadora dos serviços radioelétricos dos CTT. “Nunca tantos falaram tanto, de tantos sítios do país”.

A Rádio Castrense, entre mais de 300 estações, concorreu à atribuição de uma frequência pelo Estado e à respetiva legalização. A 6 de Julho de 1989, a Rádio Castrense voltou, pronta param a nova luta, já com a nova frequência atribuída pelo Estado em 93.0 Mhz e a operar com uma Potência Aparente Radiada de 1 Kw (1000 Wats), dando cobertura a praticamente todo o distrito de Beja, parte da zona norte do Algarve, várias zonas do litoral alentejano e na zona fronteiriça com Espanha.

Primeira Mesa de Mistura da Rádio Castrense, construída de forma artesanal por José Tomé dos Anjos

Abrimos as portas à irreverência dos jovens. Aprendemos, partilhámos vontades, comprámos mais equipamento, investimos em meios técnicos e humanos. Durante meia dúzia de anos procurámos crescer e estender a nossa âncora a outras terras e outras gentes.

A Rádio Castrense começou a fazer história e a entrar no quotidiano em toda a região do Baixo Alentejo. Fomos a terceira estação do distrito de Beja a nascer (as primeiras, foram as duas estações de Beja).

O mês de novembro de 1995 marcou uma viragem absoluta. Novos estúdios, melhores instalações, uma forte aposta em equipamentos e na informatização da estação exigiu ainda mais de nós. Abrimos então o tempo da afirmação regional.

Neste dia de celebração do 38.º aniversário, o Diretor de Estação, Nelson Medeiros, realça o caminho traçado pela Rádio Castrense ao longo de quase quatro décadas, lembrando “a aposta constante na tecnologia e inovação técnica da estação”, mas também “na qualidade e conteúdos da programação, orientada e vocacionada para o público que serve diariamente e que está em constante adaptação e evolução em função das tendências do mercado que servimos”.

Hoje, a Rádio Castrense orgulha-se de ser líder de audiências na região.

Tal posição é fruto de um árduo trabalho de quem dirige, trabalha e colabora com esta estação, propriedade da Cortiçol – Cooperativa de Informação e Cultura C.R.L, de Castro Verde.

A Castrense inova diariamente, tanto ao nível técnico, como ao nível dos conteúdos. Dá voz à região, aos seus problemas, anseios e realidades. Leva até ao ouvinte uma programação cuidada, de âmbito generalista, transversal a todas as camadas etárias e a todos os gostos.

Em 2020, fomos a primeira estação do distrito de Beja a entrar na grelha de rádios das operadoras de telecomunicações MEO e NOS, sendo a única até à data de hoje. Melhorámos ainda, significativamente, a qualidade de áudio da nossa emissão através da Internet.

No mesmo ano, requalificámos os nossos estúdios, dotando-os da mais moderna tecnologia ao serviço da radiodifusão e adquirimos novos e eficientes equipamentos digitais para a cobertura de eventos e reportagem no exterior em direto e diferido.

Em 2022 dotámos a Rádio Castrense ainda com mais a qualidade de áudio da nossa emissão, com a instalação dos mais modernos equipamentos de processamento de áudio do mercado, ao nível das grandes rádios nacionais e internacionais, levando até ao ouvinte um som de excelência e uma fantástica experiência de ouvir rádio. Investimos ainda num novo e moderno Centro Emissor e colocámos em funcionamento o serviço de Rádio Texto através do RDS, o que possibilita enviar mensagens para os auto-rádios como o nome dos programas ou dsa músicas que estão a passar, por exemplo.

Em 2024, a Rádio Castrense continuou a inovar, tendo aderido à plataforma DTS AutoStage. O DTS AutoStage é a maior plataforma global de Rádio Híbrida, que combina as emissões de rádio tradicionais com conteúdos fornecidos via internet, permitindo aos utilizadores aceder a funcionalidades avançadas, como logótipos da estação, capas de álbuns, letras de músicas em tempo real e informações sobre artistas e programas, entre outros pontos a integrar no futuro, interagindo ainda mais com os ouvintes.

Outra das possibilidades do DTS AutoStage, é o facto de poder ouvir a Rádio Castrense em qualquer lugar, na sua viatura (desde que tenha o sistema instalado de origem). Assim que sinal FM se torna débil, o sistema comuta imediatamente para a emissão online, permitindo ao ouvinte escutar-nos com a máxima qualidade de áudio e sem perdas de sinal ou interferências.

Para além do mencionado, o DTS AutoStage, permite à Rádio Castrense verificar em tempo real análises pormenorizadas da audiência, entender quais os horários e programas mais ouvidos e em que zonas e por quanto tempo somos escutados. Tal, permite à Rádio Castrense adaptar a sua programação e conteúdos aos gostos do público que serve.

Com a aposta nesta integração, a Rádio Castrense continua a assumir a vanguarda tecnológica do setor no distrito de Beja, mantendo-se sempre atenta à evolução do setor Rádio e às preferências dos seus ouvintes.

A temática da Rádio Híbrida tem sido amplamente debatida e divulgada no maior encontro de rádios da Europa, o “Radiodays Europe”, onde a Rádio Castrense tem sido a única estação local/regional portuguesa a participar, adquirindo conhecimento para implementar no terreno, à nossa escala e realidade.

De resto, a Rádio Castrense pretende marcar novamente presença no maior Congresso Europeu de Rádios, o “Radiodays Europe”, que este ano se realiza de 9 a 11 de março, em Atenas, na Grécia.

Ao longo de 2025 continuaremos a inovar e a preparar algumas surpresas que pretendemos implementar no terreno em breve.

Se hoje cumprimos 38 anos, a si o devemos! Parabéns a todos nós!

Algumas imagens da Rádio Castrense em diversas ocasiões:

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