A Rádio Castrense cumpre esta quarta-feira, 25 de janeiro, 36 anos de emissões regulares ao serviço do “Campo Branco” e do Baixo Alentejo.
A onda de vontades e de desassossego que inundou o “éter” do país na década de 80 do Século XX, chegou a Castro Verde pela mão de José Tomé dos Anjos e António Pereira.
Os dois complementaram-se no desejo de levar a voz para lá da Rua Nova (Castro Verde) e chegar às aldeias e vilas das Terras Brancas e do Baixo Alentejo em geral.
O sótão do José Tomé dos Anjos, entre fios e microfones, começou a ser pequeno para acolher todos os que desejavam pôr a voz no ar e descobrir os encantos e a magia da rádio.
José Tomé dos Anjos, fundador da Rádio Castrense, explica que “o objetivo de começar com as emissões da estação, foi o de dar voz a quem não a tinha”.
O caminho começou a ser pisado por muitos que não resistiram à onda da pirataria nos tempos da frequência da Castrense, ainda em 92.8 Mhz.
Na véspera do Natal de 1988, o Governo quis ordenar as frequências que surgiam nas bandas das telefonias em Frequência Modelada como os cogumelos nascem no campo. Nessa altura, existiam mais de 700 rádios piratas em todo o país.
Fecharam-se as portas e calou-se a magia! Foram mais de seis meses de incómodo e forçado silêncio em que a Rádio Castrense (e as outras) mergulharam.
Nascidas do voluntarismo de jovens que queriam brincar às telefonias ou do desconforto de profissionais de rádio perante a governamentalização e institucionalização das três emissoras nacionais RDP, Rádio Comercial e Rádio Renascença. as chamadas “rádios piratas” surgiram no início dos anos 80 e proliferaram de norte a sul do país, auto-intitulando-se a “voz” da respetiva região. Foi o tempo dos estúdios improvisados em sótãos, caves, quintas e moinhos de vento abandonados, montados aqui e ali ao sabor da ação fiscalizadora dos serviços radioeléctricos dos CTT. “Nunca tantos falaram tanto, de tantos sítios do país”.
A Rádio Castrense, entre mais de 300 estações, concorreu à atribuição de uma frequência pelo Estado e à respetiva legalização. A 6 de Julho de 1989, a Rádio Castrense voltou, pronta param a nova luta, já com a nova frequência atribuída pelo Estado em 93.0 Mhz e a operar com uma Potência Aparente Radiada de 1 Kw (1000 Wats), dando cobertura a praticamente todo o distrito de Beja, parte da zona norte do Algarve, várias zonas do litoral alentejano e na zona fronteiriça com Espanha.

Abrimos as portas à irreverência dos jovens. Aprendemos, partilhámos vontades, comprámos mais equipamento, investimos em meios técnicos e humanos. Durante meia dúzia de anos procurámos crescer e estender a nossa âncora a outras terras e outras gentes.
A Rádio Castrense começou a fazer história e a entrar no quotidiano em toda a região do Baixo Alentejo. Fomos a terceira estação do distrito de Beja a nascer (as primeiras, foram as duas estações de Beja).
O mês de novembro de 1995 marcou uma viragem absoluta. Novos estúdios, melhores instalações, uma forte aposta em equipamentos e na informatização da estação exigiu ainda mais de nós. Abrimos então o tempo da afirmação regional.
Neste dia de celebração do 36.º aniversário, José Tomé dos Anjos, diz que gostava que “os castrenses participassem mais na sua rádio, e entendessem que a Rádio faz parte deles”, não obstante da Rádio Castrense ter uma vasta abrangência regional.
Hoje, a Rádio Castrense orgulha-se de ser líder de audiências na região.
Tal posição é fruto de um árduo trabalho de quem dirige, trabalha e colabora com esta estação, propriedade da Cortiçol – Cooperativa de Informação e Cultura C.R.L.
A Castrense inova diariamente, tanto ao nível técnico, como ao nível dos conteúdos. Dá voz à região, aos seus problemas, anseios e realidades. Leva até ao ouvinte uma programação cuidada, de âmbito generalista, transversal a todas as camadas etárias e a todos os gostos.
Em 2020, fomos a primeira estação do distrito de Beja a entrar na grelha de rádios das operadoras de telecomunicações MEO e NOS, sendo a única até à data de hoje. Melhorámos ainda, significativamente, a qualidade de áudio da nossa emissão através da Internet. No mesmo ano, requalificámos os nossos estúdios, dotando-os da mais moderna tecnologia ao serviço da radiodifusão e adquirimos novos e eficientes equipamentos digitais para a cobertura de eventos e reportagem no exterior em direto e diferido.
Muito brevemente (poucos dias) vamos modernizar ainda mais a qualidade de áudio da nossa emissão, com um dos mais modernos equipamentos de processamento de áudio do mercado, da marca Orban, levando até ao ouvinte um som de excelência e uma fantástica experiência de ouvir rádio.
Também a curto prazo, os equipamentos de emissão do Centro Emissor de Almeirim, serão alvo de beneficiação avultada.
Se hoje cumprimos 36 anos, a si o devemos! Parabéns a todos nós!




































