O lince ibérico foi uma das espécies escolhidas simbolicamente para ilustrar o lema “Recuperar espécies-chave para restaurar os ecossistemas”, que assinala esta quinta-feira, 3 de março, o Dia Mundial da Vida Selvagem.
O objetivo é alertar para o estado de conservação de algumas das espécies da fauna e flora selvagens mais ameaçadas de extinção, direcionando as discussões em torno dessas espécies para a necessidade de se encontrarem e implementarem soluções para conservá-las.
A imagem do lince ibérico está assim presente num dos posters oficiais preparados pela ONU para promover a defesa da vida selvagem, servindo como um exemplo concreto de uma ação de sucesso.
A ONU recorda, a propósito desta escolha, que “o lince ibérico foi um predador crítico nos ecossistemas mediterrânicos”, que “há 20 anos só existiam 94 linces ibéricos”, mas que “um programa de recuperação permitiu que o número de linces ibéricos subisse para mais de 1.100, mostrando assim o poder da conservação” na natureza.
Uma referência ao projeto LIFE Lynxconnect, desenvolvido em parceria entre Portugal e Espanha, e que ao longo da última década conseguiu aumentar para mais de 1.100 o total de exemplares de linces em liberdade em toda a península ibérica (209 dos quais em Portugal, com intervenção direta do ICNF).

A Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas, da União Internacional para a Conservação da Natureza, avalia em cerca de 8400 as espécies selvagens de fauna e flora como Criticamente em Perigo e perto de 30000 Em Perigo ou Vulnerável. Partindo destes números, estima-se que mais de um milhão de espécies estejam ameaçadas de extinção.
Em 2022, o Dia Mundial da Vida Selvagem direciona o debate para a irreversibilidade da extinção das espécies com a categoria de Criticamente em Perigo, para apoiar o restauro dos seus habitats e ecossistemas e promover o uso sustentável de recursos partilhados.
Fonte: Green Savers