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Sexta-feira, Novembro 22, 2024

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Moura e Odemira recuam e voltam à etapa anterior no Plano de Desconfinamento – Municípios já vieram a público contestar medidas

O Primeiro-Ministro, revelou ontem que a partir de segunda-feira, há 4 concelhos que recuam e voltam a estar sob as regras da primeira fase de desconfinamento, sendo que dois são alentejanos, nomeadamente Moura e Odemira, a que se juntam ainda Portimão e Rio Maior.

Estes concelhos não só não avançam no desconfinamento, como dão um passo atrás e devem cumprir apenas as regras que estavam impostas a 15 de março.

O presidente da Câmara de Moura, Álvaro Azedo, já veio a público dizer que “na qualidade de Autarca, cumpre-me o dever de defender os interesses da nossa população. Não serão questiúnculas político/partidárias que nos irão divorciar das responsabilidades que assumimos perante o concelho”.

Álvaro Azedo sublinha que “temos defendido que o modelo de análise é errado, e prejudica de forma vil os municípios menos populosos como o nosso. Temo-lo dito de forma reiterada, e continuaremos a defender uma forma de análise que faça justiça ao interior do país”. Prossegue o edil de Moura, frisando que “não tem sido por falta de sentido de missão que estamos no ponto em que nos encontramos. Continuaremos a trabalhar em articulação diária com as autoridades/entidades competentes, de forma a protegermos as nossas populações, no bem maior, que é a Vida, mas também aqueles que geram riqueza no concelho de Moura, os nossos comerciantes e empresários”.

“Estamos do lado certo da história, estamos a fazer o que nos compete para lutar contra a Pandemia da saúde e do distanciamento face ao interior do país” conclui o presidente da Câmara da cidade Salúquia.

Também a Câmara de Odemira já tomou uma posição pública, que transcrevemos integralmente

“O coletivo em reunião ordinária da Câmara Municipal de Odemira que decorria na tarde de hoje, foi confrontado com a divulgação das medidas tomadas pelo Conselho de Ministros para Controlar a Pandemia de Covid-19, que decidiu regredir nas medidas de desconfinamento em vigor, aplicadas ao concelho.

Assim e considerando:

• A realização da testagem massiva, de iniciativa governamental, realizada nas duas últimas semanas;

• A realidade socioeconómica do concelho de Odemira, claramente desconsiderada nesta decisão;

• Que se insiste que a população do concelho de Odemira é de 24.717 habitantes, quando se sabe que se encontram no território em permanência mais de 40.000 pessoas;

• Que o concelho de Odemira – o maior do país, com uma área de 1721 km2, próxima do menor distrito de Portugal – tem 8 das suas 13 freguesias sem casos de infeção;

• Que as atividades económicas penalizadas com estas medidas não têm surtos ativos;

• Que esta problemática e a tomada de medidas efetivas e necessárias, extravasa a área de competência municipal;

A Câmara Municipal de Odemira discorda das medidas adotadas, considera-as injustas e duvida da sua eficácia – face à realidade socioeconómica e demográfica sobejamente conhecida neste território – que se insiste em ignorar!

Perante esta decisão de regredir nas medidas de desconfinamento em vigor, aplicadas ao concelho de Odemira, o coletivo da Câmara Municipal deliberou por unanimidade, propor:

1. O Governo de Portugal deve rever imediatamente a metodologia de cálculo dos indicadores que serviram de base à decisão;

2. Corrigidos os indicadores deve ser revista a aplicação das medidas adotadas;

3. Caso não se alterem os respetivos indicadores, o Governo de Portugal deve considerar imediatamente a tomada de medidas adicionais, designadamente ao nível da restrição de circulação com origem/destino ao concelho.

Foto: Sábado

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