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Quinta-feira, Julho 17, 2025

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Há 19 mil utentes sem médico de família na área de influência da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo

A Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA) revelou que cerca de 19.000 pessoas na região estão atualmente sem médico de família atribuído, um aumento significativo face aos 12.000 registados no final de 2024. Este agravamento eleva para 19% o total de utentes sem acompanhamento médico familiar. Os municípios de Beja, Moura e Serpa são os mais afetados, concentrando a maioria dos casos.

José Carlos Queimado, presidente do conselho de administração da ULSBA, que abrange 13 dos 14 concelhos do distrito de Beja (excluindo Odemira), explicou à agência Lusa que esta deterioração se deve principalmente ao aumento do número de profissionais que se reformaram, aliado a uma reduzida percentagem de novos médicos a terminar a sua formação na instituição ou a concorrer às vagas disponíveis.

O concelho de Beja apresenta o cenário mais preocupante, com 8.000 utentes sem médico de família. Seguem-se Moura e Serpa, ambos com cerca de 3.000 pessoas sem acesso a este serviço essencial. “Dos 19.000 utentes, 14.000 são logo nestes três concelhos, portanto, é uma situação complicada”, frisou José Carlos Queimado, sublinhando a concentração do problema nestas áreas.

Embora alguns profissionais de Medicina Geral e Familiar estejam a regressar à ULSBA através de contratos de médicos aposentados, o presidente da administração admite que estes reduzem os seus horários e não assumem o mesmo número de utentes que tinham anteriormente, limitando o impacto na resolução do problema.

Apesar do cenário desafiador, José Carlos Queimado manifestou alguma esperança na inversão da situação. A ULSBA conseguiu obter três vagas carenciadas na primeira fase do concurso nacional para médicos de família. Estas vagas oferecem um incentivo salarial significativo, com os médicos a receberem cerca de 40% a mais do ordenado em comparação com vagas não carenciadas, um fator que pode ser decisivo para atrair profissionais. Duas destas vagas foram alocadas a Beja e uma a Serpa.

Adicionalmente, espera-se que dois internos terminem a sua formação em setembro/outubro, um dos quais em Serpa. “Um deles está em Serpa e temos a expectativa de que fique lá”, referiu Queimado. Caso se confirme, o número de utentes sem médico de família neste concelho poderá ser reduzido para metade, uma vez que este profissional assumiria cerca de 1.750 pacientes. “Mas temos de esperar até lá. Entretanto, vamos ver se temos alguma sorte e se alguém nos escolhe”, concluiu o responsável, com expectativa.

Rádio Castrense / Lusa

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