Os resultados do Censo de Lince-ibérico realizado em 2022, tanto em Espanha quanto em Portugal, foram divulgados nesta sexta-feira pelos dois países, trazendo boas notícias para a conservação da espécie. O censo apontou um total de 1668 exemplares de Lince-ibérico na Península Ibérica.
Em Espanha, o número é de 1.407 indivíduos, representando 84,3% da população, enquanto em Portugal foram registados 261 indivíduos, correspondendo a 15,7% do total. Destes, 175 são indivíduos adultos ou subadultos.
O Censo, conduzido pelas autoridades ambientais competentes em colaboração com organizações não-governamentais que apoiam as atividades de monitorização e conservação da espécie, identificou 15 núcleos populacionais reprodutores de lince-ibérico em 2022. Desses, 14 estão localizados em Espanha, sendo seis na Andaluzia, quatro em Castilla-La Mancha e quatro na Extremadura, e um núcleo em Portugal.
Portugal possui um núcleo de reprodução no sul do país, conhecido como Vale do Guadiana, dividido em três subnúcleos localizados em Mértola e Serpa, no Alentejo, e Alcoutim, no Algarve. Atualmente, existem 49 fêmeas reprodutoras na natureza em Portugal, que geraram 86 crias durante a temporada de 2022.
A Andaluzia é a região espanhola com maior número de linces, com 627 indivíduos, representando 37,6% do total. Em seguida, temos Castela-La Mancha, com 585 exemplares (35,0%), e a Estremadura, com 195 (11,7%), como as comunidades autónomas espanholas com presença estável da espécie.
Ao longo do século XXI, várias iniciativas de conservação têm sido implementadas, com destaque para os diversos projetos LIFE, desenvolvidos desde 2002 até o presente, bem como o programa de reprodução em cativeiro no âmbito do programa de conservação ex situ. Graças a esses esforços de conservação, a população de lince-ibérico atingiu a marca de 1.000 exemplares em 2020 e continua a aumentar tanto em número quanto em distribuição geográfica nos anos seguintes.
