A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Serpa adquiriu três novas viaturas com o apoio do Município de Serpa, através dos protocolos celebrados em 2024 e 2025, num investimento que rondou os 120 mil euros.
No passado dia 28 de maio, as viaturas foram apresentadas ao executivo municipal. Na ocasião, Domingos Fabela, presidente da direção da Associação, revelou que as viaturas se destinam a prestar serviços à população. A viatura de combate a incêndios “é uma viatura ligeira, que pode operar nas zonas mais críticas dos incêndios no concelho, em ruas estreitas e de difícil acesso, como o Centro Histórico, tornando a resposta mais rápida e eficaz.” Já as viaturas de transporte de passageiros “têm características diferentes das que tínhamos na frota e destinam-se a transporte de doentes para consultas e exames, que não necessitam de transporte em cadeira de rodas ou maca. São serviços que nos são muito solicitados e aos quais tínhamos dificuldade em dar resposta, porque ocupavam outro tipo de carros que podiam estar a efetuar outros serviços. Têm ainda outra vantagem que nos facilita, ao nível dos recursos humanos, pois só necessitam de motorista, circulam sem acompanhante, libertando esse bombeiro para a realização de outros serviços.”
O Município de Serpa “concede anualmente aos Bombeiros Voluntários de Serpa um subsídio no valor de 170 mil euros, 80 mil destinados a investimento e 90 mil para apoio ao pagamento das remunerações aos bombeiros que integram as equipas de intervenção permanente. Eventualmente podem ser atribuídos outros apoios, para adquirir equipamento ou colmatar despesas extraordinárias” destaca a autarquia.
O autarca serpense, João Efigénio Palma, destaca que o objetivo do protocolo é apoiar os Bombeiros. “Sabemos a importância que têm e do serviço que prestam à população, as dificuldades que enfrentam diariamente em termos humanos, mas também financeiros, no que respeita à necessidade de apetrechamento. A autarquia celebrou um protocolo de cooperação com os Bombeiros, que tem duas componentes, uma relacionada com o apoio à remuneração das equipas de intervenção permanentes, subsidiamos 50 %, e a outra componente é para investimentos de capital, bens e equipamentos, bem como alguns benefícios para os Bombeiros, e ainda outros apoios ocasionais, estes extra-protocolo.

Os Bombeiros têm usado preferencialmente a componente de investimento para modernização da frota e dos equipamentos. Temos aqui três viaturas novas, sendo que as duas ligeiras de passageiros foram compradas ao abrigo do protocolo de 2024 e a de combate a incêndios urbanos ao abrigo do protocolo de 2025. Assim vamos colaborando com o apetrechamento dos Bombeiros, para que tenham condições de dar resposta ao que for necessário.”
O presidente da direção sublinhou que, sem o apoio do Município de Serpa “não teriam disponibilidade nem capacidade financeira” para este investimento. Também o apoio em situações pontuais foi referido, visto que a vida financeira da Associação não permitiria realizar investimentos, somente responder às despesas correntes. A tutela e o Governo central “ainda não definiram a situação financeira dos corpos de bombeiros e das carreiras dos Bombeiros, importantíssimas, que continuam sem uma resposta efetiva. Debatemo-nos diariamente com problemas enormes, desde recrutamento de pessoal, a capacidade financeira para honrarmos os nossos compromissos, que passam, em primeiro lugar, por assegurar os salários”. O combustível, a energia, os equipamentos, e as despesas em oficina são igualmente significativas, numa casa que faz “um milhão de quilómetros por ano”.