A candidatura do Bloco de Esquerda (BE) aos órgãos autárquicos do concelho de Beja apresentou um conjunto de propostas focadas na intervenção urgente em prédios devolutos da cidade e na dinamização do mercado de arrendamento a preços controlados, visando revitalizar o centro histórico e oferecer soluções habitacionais para jovens.
Entre as medidas defendidas, destaca-se a proposta de intervenção imediata em dois edifícios devolutos emblemáticos: a antiga sede do Banco de Portugal, localizada junto às Portas de Mértola, e o antigo edifício da Casa Pia. A intenção é transformar estas propriedades em oferta habitacional para jovens, com rendas a preços controlados.
Simultaneamente, o BE propõe o início imediato de negociações entre o Município de Beja e a Santa Casa da Misericórdia. O objetivo é que a instituição coloque o seu património imobiliário no mercado de arrendamento a preços controlados, num prazo o mais reduzido possível, contribuindo assim para aumentar a oferta de habitação acessível na cidade.
Estas propostas iniciais surgem “sem embargo da apresentação de um pacote completo de políticas sobre esta matéria durante a campanha eleitoral”, indicando que mais detalhes serão revelados no decorrer da campanha.
O Bloco de Esquerda justifica a urgência destas medidas apontando para o cenário de despovoamento do centro histórico da cidade de Beja. Segundo o partido, “a parte mais antiga da cidade de Beja, o seu centro histórico, encontra-se despovoado”, com “cerca de 500 habitações existentes em adiantado estado de degradação”.
Para os bloquistas, esta desertificação humana tem consequências diretas, levando ao “fecho do comércio local”. Afirmam ainda que “quando cai a noite, o vazio e o silêncio são as marcas de uma cidade fantasmagórica, alimentando a sensação de insegurança”.
O partido critica a inação das administrações camarárias passadas e atual face a esta realidade, defendendo que “não é possível mais olhar para esta realidade e não querer ver, como tem acontecido com este executivo camarário e os que o antecederam”. Para o BE, “é preciso, é necessário, é urgente alterar este estado de coisas”.
O Bloco de Esquerda conclui que a afirmação de Beja como uma efetiva capital de distrito exige “políticas sérias e resolutas no campo da habitação, de forma a garantir preços condignos com o rendimento da população e a revitalizar o centro histórico”.
