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Sexta-feira, Março 14, 2025

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Seca: Presidente da CAP afirma Portugal está aflito porque as medidas nunca são suficientes

O presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) considerou, hoje, que o país está aflito com a seca, porque toma “sempre” medidas “em cima do joelho” e, por isso, “nunca são suficientes”, declarações à margem de uma conferência que decorreu, hoje, em Vidigueira.

Eduardo Oliveira e Sousa disse à agência Lusa, “Em 10 anos, houve oito anos com seca. O ano passado escrevi, em março, um artigo a dizer: este ano está a chover, temos que falar sobre seca. E não falámos. Consequência, agora que estamos com a seca, estamos aflitos porque não fizemos o trabalho de casa”.

O responsável da CAP frisou que, quando diz que as medidas de combate à seca “nunca são suficientes”, é “porque são sempre tomadas em cima do joelho” e, por isso, “não chegam”, já que Portugal tem que se preparar “para viver com a seca.

Eduardo Oliveira e Sousa avisou, “temos que perceber o que é que temos que mudar para viver com a seca. Temos que criar opções e construir as soluções para criarmos uma barreira, o mais possível, ao avanço do deserto do Norte de África que nos está a invadir”.

Acrescentou, “Queremos fazer isso mantendo as pessoas no território e as pessoas só ficam se houver atividade económica”.

Segundo o responsável da CAP, “uma das maneiras de associar a presença de pessoas ao combate à desertificação é através da intensificação da agricultura”, o que se faz “com o regadio”.

“Neste momento, a única parede que já fomos capazes de dirigir contra o avanço da desertificação foi o Alqueva”, enfatizou, e que este “é um dos sucessos” do projeto, que considerou “a salvação” do Alentejo.

Eduardo Oliveira e Sousa considerou também que as medidas de combate à seca “não são suficientes” porque “estas matérias não estão a ser estudadas” numa perspetiva conjunta.

“Temos que integrar os assuntos” e “pôr os cientistas, os académicos, os engenheiros a falarem para, depois, os políticos decidirem”, defendeu, criticando que, em Portugal, “os políticos decidem e, depois, os engenheiros vão à procura das soluções e as coisas não se fazem assim”.

FONTE: LUSA/Digital

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