A Federação do Baixo Alentejo do Partido Socialista (PS), através dos seus autarcas eleitos, emitiu ontem um comunicado a repudiar o que classifica como “soberba” do porta-voz da distrital do PSD e deputado eleito pela Aliança Democrática (AD), Gonçalo Valente, em torno das questões relacionadas com os meios aéreos de combate inicial a incêndios na região.
O PS/Baixo Alentejo afirma que a sua prioridade “prevalece sobre todas as outras a da defesa intransigente da região e dos direitos de quem vive no Baixo Alentejo, sejamos poder ou oposição.” Neste sentido, a crítica dirige-se ao que consideram ser uma tentativa do deputado da AD de se apresentar como o único responsável pela disponibilização de um meio aéreo em Ourique, ignorando o papel reivindicativo de autarcas, corporações de bombeiros e da Proteção Civil.
“É confrangedor”, salienta o comunicado do PS, que o porta-voz e deputado da AD “em nenhum momento explique o atraso neste processo” e, mais grave ainda, “em nenhum momento faça referência à ausência de um segundo meio aéreo que deveria estar disponível e em prontidão absoluta na margem esquerda da região, nomeadamente em Moura.”
O PS acusa o deputado de estar mais preocupado em “demonstrar trabalho” do que em defender os interesses de toda a região, sugerindo que a sua atuação “possa estar ligada a ambições autárquicas futuras”. “Aquilo que urge saber, a acreditar que a solução para Ourique só foi encontrada com a intervenção e o empenho do senhor porta-voz e deputado, será: porque motivo não se empenhou também na exigência de um segundo meio para Moura?”, questiona o comunicado. “Será que o senhor porta-voz e deputado está verdadeiramente empenhado na defesa do Baixo Alentejo ou será que já está a preparar-se para outra missão política no âmbito autárquico, ‘jogando às urtigas’ o seu compromisso para com os eleitores da região?” pode ler-se no comunicado.
A Federação do Baixo Alentejo do Partido Socialista exige ao governo da AD “a visão da totalidade da região, bem como empenho na construção de soluções para todo o território e que se deixem de criar soluções fictícias e coxas, por mera tática de campanha autárquica numa candidatura por anunciar!”.