A Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP) assinala o Dia Mundial da Saúde Mental com um forte apelo ao Governo, exigindo um investimento real e sustentado na promoção e prevenção da saúde mental dos portugueses, numa altura crucial em que é conhecida a proposta do Orçamento do Estado (OE) para 2026.
A Bastonária da OPP, Sofia Ramalho, defende que a aposta na prevenção é o caminho mais eficaz: “Há uma necessidade clara de uma maior aposta na promoção e na prevenção quando falamos de saúde mental. É preciso promover a saúde mental todos os dias. Agir antes da doença poupa em euros ao Estado, mas sobretudo poupa em sofrimento e em vidas”, afirmou.
A Ordem recorda que Portugal continua a registar uma das maiores prevalências de problemas de saúde mental na Europa, sublinhando que ignorar esta realidade constitui “um erro social e económico grave”.
Perante a divulgação do OE para 2026, a OPP reforça as propostas entregues ao Governo e partidos políticos, que detalham medidas urgentes para todas as áreas cruciais. Entre as exigências centrais, a Ordem destaca o reforço imediato de, pelo menos, 300 Psicólogos nos Cuidados de Saúde Primários do SNS, a par da criação de um plano plurianual para atingir o rácio de 1 Psicólogo por cada 5000 pessoas no SNS até ao final da legislatura.
Adicionalmente, a OPP pede a criação de uma agenda nacional interministerial para a prevenção, que garanta metas e recursos, e exige a concretização e valorização do trabalho dos Psicólogos em todos os níveis de ensino, nomeadamente o reforço nas escolas e no Ensino Superior.
A Ordem apela ainda à criação de condições para a redução dos riscos psicossociais no contexto laboral e à criação da figura do psicólogo do trabalho, além de mais psicólogos nos Serviços Prisionais, estruturas da DGRSP e Instituto Nacional de Medicina Legal.
No âmbito social, a OPP reivindica a criação da carreira de Psicólogo no Instituto de Segurança Social e o reforço da presença destes profissionais nas Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas (ERPI), sugerindo um rácio de, pelo menos, um Psicólogo a tempo inteiro por cada 40 utentes, bem como o reforço do financiamento para programas sociais em contextos de maior vulnerabilidade. “O governo tem em 2026 a oportunidade de mostrar que a saúde mental é, de facto, uma prioridade nacional”, concluiu a Bastonária Sofia Ramalho.