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Sábado, Março 29, 2025

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MPPM repudia participação na Volta ao Alentejo em Bicicleta da equipa Israel Premier Tech

O MPPM – MOVIMENTO PELOS DIREITOS DO POVO PALESTINO E PELA PAZ NO MÉDIO ORIENTE, em comunicado enviado á Rádio Castrense, “repudia a participação na Volta ao Alentejo em bicicleta, que se inicia em Beja nesta quarta-feira 26, da equipa Israel Premier Tech, constituída para servir a propaganda israelita de branqueamento das acusações de genocídio, de apartheid e de generalizado desrespeito pelo direito internacional”.

Criado em 2014, como Academia de Ciclismo de Israel, “o projeto tinha o meritório propósito de desenvolver o desporto no país formando jovens talentosos. Mas, a breve prazo, com a entrada do multimilionário israelo-canadiano Sylvan Adams, o projecto rapidamente evoluiu para o que é hoje — um instrumento do branqueamento desportivo de Israel” explica o MPPM.

Na equipa que compete nas grandes provas internacionais, só quatro dos vinte ciclistas são israelitas; os restantes são de outras onze nacionalidades, incluindo um português. “O dinheiro de Sylvan Adams e os subsídios do Turismo de Israel permitiram a contratação, nomeadamente, de Chris Froome — quatro vezes vencedor da Volta à França — e de outros ciclistas consagrados como Alessandro De Marchi, Michael Woods, Daryl Impey e Sep Vanmarcke”.

Em 2018, numa operação que o MPPM denunciou na altura, Sylvan Adams assegurou a «Grande Partenza» do Giro d’Italia para Jerusalém por uns estimados 9 milhões de libras. Isto permitiu-lhe obter um «wild card» para a participação no Giro da sua equipa, que só em 2020 viria a obter a licença «World Tour» atribuída pela União Ciclista Internacional (UCI) e que permite a participação de direito nas grandes competições internacionais.

“Mas enquanto os ciclistas israelitas carimbavam o seu passaporte para Itália, Alaa al-Dali, um ciclista de 21 anos da equipa de ciclismo da Palestina, que iria participar nos Jogos Asiáticos no Verão desse ano, viu o seu futuro desportivo destruído, no dia 30 de Março, pelas 14 horas, quando um atirador especial do exército israelita o alvejou na perna quando se encontrava sozinho a observar uma manifestação perto de Rafah. Para lhe salvar a vida os médicos tiveram de lhe amputar a perna. Agora, al-Dali compete em provas de para-ciclismo” sublinha o mesmo comunicado.

Adams, citado pelo The Guardian, insiste que a Israel Premier-Tech “é apolítica e não um projeto governamental, embora receba financiamento — uma «quantia lamentavelmente pequena», diz ele — do organismo nacional de turismo. «Aqui em Israel, somos vistos como uma zona de guerra, como se estivéssemos num estado de conflito», disse Adams. «Queremos que a equipa ajude a contar a história de que não se ouve falar muitas vezes.» Ron Baron, o outro co-proprietário da equipa, descreve a iniciativa como uma forma de «diplomacia desportiva». De acordo com Guy Niv, um dos poucos ciclistas israelitas da equipa e antigo atirador do exército, todos os ciclistas compreendem que «estando numa equipa israelita, são embaixadores do país».

Dos organismos que tutelam o desporto internacional “pouco se pode esperar e a UCI não escapa à regra. Afirmando-se «politicamente neutra», recusa-se a tirar consequências dos crimes de guerra e crimes contra a humanidade cometidos por Israel. Embora a sua alegada neutralidade política não seja particularmente consistente” diz o MPPM.

“Numa altura em que Israel rompeu o cessar-fogo em Gaza — cessar-fogo que, verdadeiramente, nunca respeitou — e em que a contagem de vítimas palestinas, em Gaza e na Cisjordânia, não pára de crescer, é afrontoso, para quem tenha um mínimo de sentido de humanidade, ver uma legião estrangeira de ciclistas, agindo como «embaixadores» de Israel, a percorrer as estradas do Alentejo”, frisa a mesma fonte.

“Vamos dizer-lhes que não são bem-vindos”, conclui o comunicado.

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