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Sábado, Dezembro 21, 2024

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Mértola é a alternativa para a deslocalização do Campo de Tiro de Alcochete

De acoro com o jornal Diário de Notícias, a Força Aérea Portuguesa (FAP) não tem, para já, outra alternativa que não seja Mértola como possível destino para deslocalizar o seu Campo de Tiro de Alcochete (CTA), caso o novo aeroporto de Lisboa venha a ser construído naqueles terrenos.

Inquirido pelo DN sobre o que tinha previsto e preparado em relação à deslocalização daquele campo de tiro, o gabinete do Chefe de Estado-Maior da Força Aérea, General Cartaxo Alves, apenas respondeu que “independentemente da solução que vier a ser tomada, a Força Aérea será sempre, como noutras circunstâncias, parte da mesma”.

No entanto, de acordo com fontes militares, desde 2017, quando a opção Alcochete para o novo aeroporto já tinha sido considerada a mais vantajosa pelo LNEC (Laboratório Nacional de Engenharia Civil), a hipótese de Mértola foi ponderada como aquela que melhor servia os requisitos operacionais da Força Aérea e “nenhuma outra localização foi estudada desde então”.

Fontes militares revelaram então à Lusa que a zona de Mértola, “pelas características do terreno e baixa densidade demográfica”, poderia ser uma alternativa e que em qualquer opção futura, terá de existir a possibilidade de ter “aeronaves táticas voando a alta velocidade, manobrando e largando bombas reais”.

Conforme noticiou, na altura, o Expresso, trata-se de um terreno na ligação do concelho de Mértola a Serpa, a nordeste do Pulo do Lobo, na margem esquerda do Guadiana, que já tinha sido estudado pela Força Aérea em 2008, tendo ambas as autarquias manifestado a sua oposição.

O DN contactou nesta quarta-feira o gabinete do atual presidente do município de Mértola, Mário Tomé (PS), que não se quis pronunciar.

O Campo de Tiro, que está certificado ambientalmente, é o único do país que permite fazer treinos de bombardeamento aéreo, ar-chão, nomeadamente com os caça F-16, capacidade em relação à qual não será fácil encontrar alternativa.

“Este ano foram feitas 50 missões de treinos ar-chão, o que tem sido mais ou menos a média anual”, refere uma dessas fontes com conhecimento da atividade do CTA.

Assinala que esta infraestrutura com mais de 7500 hectares, criada por decreto régio em 1904 e integrado na FAP desde 1993, é “multifacetada”.

Além de ter “várias carreiras de tiro utilizadas também por militares da Marinha, do Exército e de forças de segurança, que permitem diversos tipo de treinos, apoia também a indústria de Defesa, na experimentação de novas munições”.

Os últimos cálculos disponíveis com estimativas sobre este processo remontam também a 2017. O custo da deslocalização seria de 242 milhões de euros.

Mas estas contas tinham sido feitas em 2008 e encontrar-se-ão, neste momento, bastante desatualizadas. “Tudo vai depender do local de destino e de que capacidades se querem transferir, se todas, ou distribuí-las em vários pontos”, explica um oficial.

Na altura, conforme escreveu o DN, a FAP classificava o Campo de Tiro de Alcochete como vital para a Defesa: “O CTA é, atualmente, uma infraestrutura fundamental, crítica e indispensável ao país e particularmente à Força Aérea, sem a qual impossibilita o treino, a qualificação e a manutenção das qualificações operacionais” dos pilotos dos F-16, assim como a “satisfação dos compromissos nacionais e internacionais assumidos” na NATO ou União Europeia.

Fonte: Diário de Notícias

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