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Quarta-feira, Fevereiro 5, 2025

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Herdade do Vale da Rosa “à beira da falência” adianta o JN

Durante muitos anos apontada como um modelo de “excelência técnica, agrícola e empresarial”, notabilizada pela produção da uva sem grainha e palco do corrupio de políticos e governantes, a empresa Vale da Rosa — mais uma subsidiária e o proprietário — está desde o final do ano passado sob administração judicial, adianta o Jornal de Notícias. (JN).

O matutino escreve que o primeiro sinal de que a situação na empresa sediada próximo de Ferreira do Alentejo era muito complicada surgiu no dia 19 de dezembro, quando em dois tribunais deram entrada dois processos distintos.

No Juízo Central Cível e Criminal do Tribunal de Beja, uma Execução Ordinária que tem como exequente o Banco Bilbau e Vizcaya Argentaria, e como executados a Vale da Rosa e o seu proprietário António Silvestre Ferreira. Em causa está uma ação com o valor de 860.692,12 euros, tendo sido nomeada uma Agente de Execução, revela o JN.

Na publicação, pode ler-se que, por seu turno, no Juízo de Competência Genérica de Ferreira do Alentejo, deram entrada três requerimentos de Processo Especial de Revitalização (PER) interpostos pela empresa mãe, Vale da Rosa-Sociedade Agrícola, a subsidiária Uval e o proprietário/gerente António Silvestre Ferreira. No dia seguinte, a juíza Ana Batista proferiu o despacho de nomeação de Jorge Manuel Calvete, com escritório em Leiria, como o administrador judicial provisório dos três processos.

O PER é um mecanismo alternativo que, entre outras situações, visa suspender as penhoras e outras diligências executivas, como a que deu entrada no Tribunal de Beja. Segundo a publicação dos requerimentos no Portal Citius, nos três processos de revitalização, entre bancos e empresas fornecedoras de serviços, já se constituíram 54 credores, sendo 19 do Vale da Rosa, 14 da Uval e 21 de António Silvestre Ferreira.

De acordo com informações prestadas ao JN, por fonte ligada ao processo, para além da reclamação de créditos que está a decorrer, segue-se a elaboração de listas de credores e negociação com os mesmos, para implementar um plano de recuperação conjunto do grupo empresarial.

O JN sublinha os problemas financeiros no Vale da Rosa agravaram-se quando o Grupo Jerónimo Martins, dono da cadeia de supermercados Pingo Doce, deixou de comprar uvas de mesa e sem grainha e passou a ter produção e embalamento próprio numa exploração “paredes meias” com a empresa de António Silvestre Ferreira.

A Herdade do Vale da Rosa tem 280 hectares de vinha, emprega cerca de 400 pessoas e no pico das colheitas pode chegar ao milhar de trabalhadores, muitos dos quais colocados por empresas de trabalho temporário. Além de portugueses, emprega diversos cidadãos estrageiros, como do Nepal, Tailândia e Venezuela.

Fonte Jornal de Notícias – Teixeira Correia – Jornalista

Fotos: Herdade do Vale da Rosa

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