O Governo português anunciou a intenção de integrar as centrais hidroelétricas do Baixo Sabor e do Alqueva na função de “black start” do sistema elétrico nacional. Esta medida visa acelerar o restabelecimento do fornecimento de energia em situações de crise, como o apagão que afetou o país na passada segunda-feira.
A decisão foi comunicada pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, no final do Conselho de Ministros. O chefe do executivo adiantou que o Governo já havia decidido prorrogar a função de “black start” da central da Tapada do Outeiro até março de 2026, e que irá agora diligenciar para estender essa prorrogação até 2030.
Adicionalmente, Luís Montenegro revelou que o Governo está a “aprofundar todo o procedimento com vista a concretizarmos a inserção também na função de “black start
” de mais centrais, em particular a do Baixo Sabor e a do Alqueva”.
O primeiro-ministro sublinhou que a análise do apagão de segunda-feira permitiu concluir que as atuais centrais com capacidade de arranque autónomo – Tapada do Outeiro e Castelo de Bode – “são insuficientes para habilitar o sistema a um reinício numa situação de crise como ontem vivemos. Insuficientes do ponto de vista da rapidez”.
Apesar de reconhecer que as duas centrais foram eficazes para o arranque inicial do sistema, permitindo o restabelecimento total da energia, Luís Montenegro enfatizou a necessidade de “um mecanismo que torne ainda mais célere, mais rápida, mais eficiente a capacidade de recuperação e superação de uma circunstância” como a do recente apagão.
A inclusão do Baixo Sabor e do Alqueva na função de “black start” representa “um importante passo” para aumentar a resiliência do sistema elétrico nacional e garantir uma resposta mais rápida e eficaz em futuras situações de falha generalizada de energia.