12 C
Castro Verde Municipality
Domingo, Dezembro 22, 2024

Últimas Noticias

Governo dá os primeiros passos para eletrificar linha do Alentejo até Beja no final de 2024

De acordo com notícia do jornal online ECO, o Governo conta aprovar, no final de 2024, o projeto de modernização e eletrificação para o troço Casa Branca-Beja, na Linha do Alentejo. A informação consta de uma resposta do Ministério das Infraestruturas aos deputados do PCP João Dias e Bruno Dias e foi publicada na página do Parlamento na segunda-feira.

“Estima-se que a aprovação deste projeto ocorra no final de 2024, findo o processo de Avaliação de Impacte Ambiental e emissão da Declaração de Impacte Ambiental respetiva, por parte da Agência Portuguesa do Ambiente”, refere o gabinete liderado por João Galamba.

A modernização e eletrificação do troço Casa Branca-Alentejo consta do Programa Nacional de Investimentos para 2030 (PNI 2030), como projeto para executar até 2025. No entanto, em junho de 2021, a Infraestruturas de Portugal (IP) assumia que as obras apenas deveriam ficar concluídas em 2027.

“O lançamento da empreitada será feito em 2024 e a obra decorrerá em 2025, 2026 e, porventura, ainda no início de 2027”, afirmou o então presidente da IP, António Laranjo, durante uma audição na Assembleia da República. O orçamento para a empreitada seria de mais de 100 milhões de euros, com comparticipação, em até 85%, do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), referiu o mesmo responsável.

Em julho de 2015, um estudo da IP apontava para obras no valor entre 68 e 94 milhões de euros. No cenário mínimo, 68 milhões de euros serão suficientes para o troço Casa Branca-Beja ter comboios elétricos até 140 km/h, graças à colocação de catenária, sinalização eletrónica e ainda a supressão das 17 passagens de nível. Para os comboios circularem até 200 km/h, a despesa sobe para 94 milhões de euros: além da eletrificação, é necessário construir cerca de 12,5 quilómetros de variantes ao traçado original.

Com a eletrificação da Linha do Alentejo até Beja, voltará a ser possível fazer comboios diretos, por exemplo, entre Lisboa e Beja, o que deixou de acontecer em maio de 2010, devido à modernização da linha entre Bombel e Casa Branca. Atualmente, de Lisboa até Beja, são necessárias duas horas e sete minutos, com mudança de comboio em Casa Branca.

Está ainda em estudo a viabilidade da ligação da Linha do Alentejo ao aeroporto de Beja. A variante poderá custar 20 ou 26 milhões de euros, permitindo uma viagem de comboio até Lisboa em cerca de uma hora e 30 minutos. A escolha mais barata tem uma extensão de 12,8 quilómetros; serve para as instalações militares e o transporte de mercadorias por via aérea. A opção mais cara está mais vocacionada para passageiros e prolonga-se por perto de 17 quilómetros.

O Comboio até à Funcheira terá de esperar

Da Linha do Alentejo também faz parte o troço entre Beja e a Funcheira, sem serviço de passageiros desde 2012. O PNI 2030 prevê apenas estudos de reativação deste troço. O regresso dos comboios a este percurso implica um investimento de 77 a 86 milhões de euros, segundo o estudo de 2015 da IP.

Com a opção mais barata, além da modernização e eletrificação do troço, serão suprimidas todas as passagens de nível e serão construídos pontos de cruzamento para circularem comboios de mercadorias com 750 metros de comprimento. Ainda no cenário base, prevê-se a construção de uma variante de 4,1 quilómetros e uma renovação de 2,4 quilómetros de via junto a Ourique.

Se a IP for mais ambiciosa, para o troço Beja-Funcheira são necessários mais nove milhões de euros. Com 86 milhões, os comboios poderão circular até 200 km/h graças à construção de mais 13 quilómetros de variantes e à vedação integral da linha.

No âmbito da reprogramação do Plano de Recuperação e Resiliência, o PCP chegou a desafiar o Governo para incluir, no financiamento europeu, as obras de modernização do Beja-Funcheira. Tal acabou por não acontecer.

Com a reabertura do troço entre Beja e Funcheira, a Linha do Alentejo passaria a ser uma redundância à Linha do Sul nas ligações entre Lisboa e o sul do país. A aposta confere “redundância na ligação ferroviária do porto de Sines às regiões Centro e Norte de Portugal e à fronteira com Espanha”, escreveu a IP no estudo de 2015.

Latest Posts

Não perder