Os Deputados do Grupo Parlamentar do Partido Socialista Nelson Brito, Luís Graça, Clarisse Campos e Ricardo Pinheiro, apresentaram um projeto de resolução onde recomendaram ao Governo que” promova com urgência a realização de uma Campanha de Vacinação do Efetivo Ovino Nacional contra a doença Língua Azul Serotipo 3; proceda à criação de medidas de apoio financeiro para fazerem face aos prejuízos decorrentes da doença Língua Azul”.
Os deputados do PS dizem que “a vacinação é a única forma de impedir a mortalidade e morbilidade do efetivo ovino, o que terá repercussões económicas, quer pela redução da mortalidade dos animais adultos e da redução da taxa de abortos, bem como pela diminuição de despesas com o uso de medicamentos e de desinsetizantes”.
A Febre Catarral Ovina -também conhecida por Língua Azul- é uma doença causada por um arbovírus da família Reoviridae, género Orbivirus. É uma doença viral, infeciosa não contagiosa, que afeta os ruminantes domésticos e selvagens (principalmente ovinos, mas também bovinos, caprinos, cervídeos e outros).
Existem 24 serotipos antigénicos do vírus que não desenvolvem imunidade cruzada
entre si. A virulência varia com os serotipos do vírus. A gravidade da doença varia de acordo com as diferentes espécies, com mais gravidade nos ovinos, altamente
suscetíveis, onde a morbilidade pode atingir 100%. A mortalidade média situa-se entre 2% e 30% mas pode atingir 70%.
A Língua Azul não é transmissível aos humanos, não existem riscos para a saúde pública associados a esta doença.
Em setembro, foram detetados os primeiros focos conhecidos desta variante – sorotipo 3- que surgiram com grande intensidade no Alentejo Central e que rapidamente se alastraram aos territórios vizinhos, estando atualmente grande parte do território continental confrontado com este problema.
A Língua Azul é uma doença de declaração obrigatória que, quando confirmada na
exploração, implica um impedimento da movimentação animal durante 60 dias, o que se revela muito penalizador do ponto de vista económico, pelo que se admite que o número real de rebanhos afetados é maior do que o número de casos comunicados aos Serviços Veterinários Oficiais.