O Presidente da Direção da Cáritas Diocesana, Isaurindo Oliveira, esteve ontem presente ma reunião ordinária da CIMBAL- Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo, onde informou que o Centro de Acolhimento de Emergência Social, sob a responsabilidade da Cáritas Beja irá em breve cessar a sua atividade, “decorrente do subfinanciamento para o seu funcionamento, assim como pela complexa tipologia e disparidade de utentes rececionados”.
“Considerando o apoio financeiro que dez municípios do Baixo Alentejo haviam concedido, com o objetivo de apoiar a execução do projeto de reabilitação do edifício, com apoio do PRR, onde funciona o CAES e a não concretização do projeto, ficou acordada a devolução da verba” explica a CIMBAL.
Da parte dos municípios presentes “foi manifestado o desapontamento e a insatisfação respeitante ao encerramento desta resposta”, deixando o Baixo Alentejo “a descoberto” no que respeita ao acolhimento de emergência social.
Entretanto, em comunicado enviado à Rádio Castrense, a instituição justifica pela impossibilidade de ultrapassar aspetos considerados “imprescindíveis” para a sua manutenção. O centro, que funcionava nas antigas instalações da “Casa do Estudante” , esteve em funcionamento durante três anos e acolheu um total de 365 pessoas.
A instituição revela que, apesar de ter tido uma candidatura aprovada para a requalificação do edifício no valor de 923.119,10 euros, dos quais 85% seriam financiados pelo Instituto da Habitação e da Requalificação Urbana (IHRU) , o modelo de funcionamento e financiamento do protocolo definido para este tipo de equipamentos não se mostrou sustentável. A CDB, que celebrou um protocolo com o Instituto da Segurança Social em maio de 2023 , já tinha manifestado a sua preocupação junto dos governos e do Centro Distrital da Segurança Social.
A Cáritas garante que nenhuma das pessoas atualmente no CAES ficará sem apoio. Em articulação com o Centro Distrital de Beja da Segurança Social, a maioria já foi encaminhada para outras respostas de âmbito nacional, e as restantes aguardam o seu referenciamento.
A instituição agradece o apoio de várias entidades e da comunidade local e afirma que não descarta a utilização futura da “Casa do Estudante” para outros fins sociais.