Os Bombeiros do Distrito de Beja, numa tomada de posição das 15 corporações da região, decidiram não transportar doentes infetados com a COVID-19 por “se sentirem desrespeitados pela Autoridade Nacional de Proteção Civil”.
Os comandantes do distrito estiveram reunidos e decidiram “não aceitar marcações via linha Saúde24, exigir equipamento suficiente, exigir respeito às várias entidades, testes de despistagem e listagens das moradas dos casos positivos e em isolamento. A decisão foi tomada, em conjunto, pelos 15 comandantes das associações de bombeiros do Baixo Alentejo”, revelou o Comandante Operacional dos Bombeiros Voluntários de Castro Verde.
Recorde-se que, o aviso já tinha sido feito pelo presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Beja em declarações à Rádio Castrense. Mas agora a decisão está tomada.
Os 15 comandantes dizem-se ‘”isolados e por sua conta e risco’. As maiores críticas vão para a ANEPC (Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil) que acusam de ‘inação’, justificado pelo facto de após mais de um mês de crise pandémica ter realizado apenas uma reunião com os bombeiros, critica Vítor Antunes, realçando os seis pontos de que os Bombeiros do Baixo Alentejo não abdicam e que aqui deixamos:
- Por uma questão de racionalização dos EPI à sua disposição, garantir apenas o socorro pré-hospitalar nas condições protocoladas com o INEM, recusando todo e qualquer outro transporte de utentes / doentes relacionados com a infeção COVID-19;
- Declinamos a mobilização de meios dos Corpos de Bombeiros pela Saúde 24, pelo facto de não reconhecermos qualquer autoridade desta entidade para o efeito, até porque tal procedimento contraria o protocolado no Sistema Integrado de Emergência Médica;
- Exigir às entidades competentes, nomeadamente o INEM, ARS, ANEPC e Câmaras Municipais o apoio à aquisição e/ou fornecimento de EPI em quantidades suficientes ao cumprimento da nossa missão;
Exigir a todas as entidades o respeito e a consideração pelos bombeiros, enquanto parceiro decisivo nesta crise, não bloqueando o fluxo de informação relacionada com potenciais contágios;
- Exigir o cumprimento das orientações da DGS, de submeter periódica e prioritariamente os bombeiros a testes de despistagem, enquanto entidade com missão na chamada linha de frente;
- Solicitar aos presidentes das câmaras municipais, ao comando distrital e comando nacional da ANEPC, que dirigem as Comissões de Proteção Civil ao nível respetivo, que exijam das autoridades de saúde, toda a informação pertinente ao nosso serviço, no que se refere às listagens locais das moradas dos casos positivos e em isolamento.
Na prática, os bombeiros do distrito de Beja deixam de fazer o transporte de doentes COVID-19 realizando apenas o socorro pré-hospitalar do INEM.
“Os bombeiros passam a não aceitar ordens da Saúde24 já que não lhe reconhecem autoridade e exigem o fornecimento de EPI em quantidades suficientes. Exigem igualmente que as várias entidades não venham a bloquear qualquer informação exigindo de forma prioritária testes de despistgem, solicitando toda a informação sobre os doentes sinalizados como casos positivos e em isolamento” destaca Vítor Antunes, Comandante Operacional dos Bombeiros de Castro Verde.
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