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Sábado, Julho 6, 2024

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Beja: IPMA explica fenómeno meteorológico (heatburst) ocorrido a 21 deste mês

Em comunicado o IPMA- Instituto Português do Mar e Atmosfera esclarece que na madrugada de 21 de maio em Beja, aconteceu um fenómeno meteorológico estranho chamado heatburst: entre as 5h45 e as 5h50 desse sábado, a estação do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) detetou rajadas de vento repentinas de 53 km/h, a temperatura aumentou de 22,9°C para 33,4°C e a humidade relativa no ar desceu de 49% para 13%.

O Instituto de Meteorologia explica que “a análise das observações com radar, as observações de superfície e os ingredientes atmosféricos presentes permitiram concluir ter-se tratado de um heatburst”.

Seja na presença de ar bastante seco e quente nas camadas inferiores da troposfera, as gotas precipitantes das nuvens são evaporadas, o que causa o arrefecimento e consequente descida organizada desse ar. Esta é uma ocorrência semelhante ao downburst, o fenómeno meteorológico que terá potenciado o incêndio em Pedrógão Grande há cinco anos, mas o ar é mais quente e mais seco; e pode ser ampliado pela seca que se regista atualmente no Alentejo.

“Segundo diversos relatos, entre as 04:30 e as 05:00 UTC (05:30 e 06:00, hora local) ocorreu um episódio de vento forte em Beja que, comprovadamente, provocou a queda de cerca de uma dezena de árvores de grande porte. Os perfis verticais da atmosfera revelados por diversos modelos de previsão numérica confirmavam um ambiente caraterizado por instabilidade nos níveis médios e altos, mas com a intrusão de uma camada muito seca e estável nos níveis mais baixos, configurando assim uma situação apenas compatível com convecção de base elevada”.

Por outro lado, era visível a persistência de um fluxo moderado de este-sueste nos níveis mais baixos. Nestas condições seria muito pouco provável a formação de um fenómeno do tipo tornado, quer em associação a supercélula (tornado mesociclónico), quer em associação a processos de convergência na camada-limite (tromba terrestre).

Foi ainda notório, em especial no sul de Portugal continental e durante a madrugada, a ausência do registo de precipitação nas estações de superfície, tendo havido apenas alguns relatos de aguaceiros fracos de “lama” que conseguiam chegar ao solo”, lê-se no comunicado emitido pelo IPMA.

Fonte: IPMA/GREENSAVERS

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