No passado dia 23 de Março de 2025, pelas 16h00m, realizou-se no Seminário de Beja, a apresentação do livro “A AUDÁCIA GENEROSA DE UM PASTOR: D. José do Patrocínio Dias – O bispo restaurador da Diocese de Beja (1884-1965)”, da autoria do Pe. Luís Miguel Fernandes, pároco de Castro Verde, na diocese de Beja. A sessão foi presidida por D. Fernando Maio de Paiva, Bispo de Beja, e teve como apresentador o Pe. Dr. Luís Filipe Marques, pároco de Alvalade.

O Coro do Carmo, sob a regência de Monsenhor António Cartageno, abrilhantou o momento com três peças musicais: um hino composto em 2021, aquando do centenário da sagração episcopal e entrada solene na Diocese do Bispo Soldado, o cântico “Bendita, Louvada e Adorada Seja a Sagrada Paixão do Amado Jesus”, resultado de uma recolha de cânticos alentejanos feita nos anos 80-90 pelo Monsenhor António Cartageno e pelo Cónego António Aparício, bem como o hino do Jubileu 2025 “Peregrinos de Esperança”. O evento contou ainda com a presença do Editor da Lucerna, Dr. Henrique Mota, do Vigário-Geral e Reitor do Seminário, Pe. Rui Manuel Mendes Carriço e com parte das Irmãs da Congregação das Oblatas do Divino Coração.
Reuniram-se mais de cem pessoas, sacerdotes e leigos, de Castro Verde, Entradas, Santa Bárbara de Padrões, São Marcos da Ataboeira, Ervidel, Santa Vitória, Beringel, Grândola, Beja, Alvalade, Ermidas-Sado, Mértola, Almodôvar, Aljustrel, Ourique, Odemira, Ferreira do Alentejo, Barrancos, Fátima, Lisboa, Évora, entre outras localidades, para conhecer e honrar a memória de D. José do Patrocínio Dias.
No decorrer da sessão o Pe. Luís Miguel Fernandes realçou, de forma apaixonada, a importância de D. José do Patrocínio Dias para a Diocese de Beja e o modo como o Bispo Soldado se consumiu completamente por esta porção da Igreja no Baixo-Alentejo.
O Pe. Dr. Luís Filipe Marques, no decorrer da apresentação que fez da obra, assinalou as qualidades do autor que “com ousado entusiamo, rigor científico e competência inegável, escrita escorreita, límpida, clara e cativante, e ainda conceptualmente rigorosa, examinou a vida e a obra do senhor D. José do Patrocínio Dias, a partir das marcas disponíveis e possíveis da sua vida desde as serranias dos Hermínios, na vetusta Covilhã da Beira Baixa, passando pelos campos de batalha da Primeira Grande Guerra, até à Planície Heróica, para usar um título de Manuel Ribeiro, do Baixo Alentejo, onde o Bispo-soldado entregou a sua vida como grão de trigo lançado à terra (Jo 12,24), e cujos frutos continuam a brotar”.

Entre diversos agradecimentos, o Pe. Luís Miguel Fernandes entregou o cálice utilizado por D. José do Patrocínio Dias nas trincheiras, durante a Grande Guerra, à Congregação das Oblatas do Divino Coração. O referido cálice foi oferecido ao Pe. Luís Miguel pelos familiares do Bispo Soldado aquando da sua Ordenação Diaconal, em 2014. O Pároco de Castro Verde sublinhou o quão especial era a peça para si, frisando que a entregava às Irmãs Oblatas de modo a que a mesma possa estar visível no espaço museológico existente, na cidade de Beja, dedicado à figura do prelado bejense. O autor da obra homenageou, ainda, de forma emocionada, dois dos últimos sacerdotes ordenados por D. José do Patrocínio Dias: o Cónego António Aparício e o Cónego Domingos Pereira.