António Costa pediu a demissão ao Presidente da República.
António Costa falou esta tarde ao país, numa declaração que começou às 14:24, previamente agendada para as 14 horas.
O Primeiro-ministro veio a público dizer que “sempre esteve disposto a cumprir o mandato que os portugueses lhe confiaram até ao termo da legislatura”.
Costa disse que “foi hoje surpreendido com a informação de que vai ser instaurado um processo-crime contra si” e garantiu “estar disponível colaborar com a justiça para apurar a verdade, seja sobre que matéria for”.
Acrescentou o Primeiro-ministro que não lhe “pesa na consciência a pratica de qualquer ato ilícito ou censurável” e afirmou confiar totalmente na justiça e no seu funcionamento”.
António Costa diz que “a dignidade das funções de Primeiro-ministro não é compatível com qualquer suspeição sobre a sua integridade, boa conduta ou suspeita de qualquer ato criminal”.
“Nesta circunstância apresentei a minha demissão ao Presidente da República”, garante o líder do Governo.
Agradeceu ainda aos portugueses “pela confiança depositada” e pela “oportunidade que lhe deram liderar o país em momentos difíceis” e agradeceu aos titulares dos órgãos de soberania.
Agradeceu ainda a todas e a todos aqueles que serviram nos seus três governos e dirigiu uma palavra de “simpatia e gratidão para com todos os lideres e dirigentes partidários e líderes dos partidos da oposição.
Por fim, Costa agradeceu “à família, em especial à esposa por todo o carinho e apoio ao longo dos últimos anos”.
“É uma etapa da vida que se encerra e que encerro com a cabeça erguida, com a determinação de servir Portugal e os Portugueses”.
António Costa garantiu ainda que não se vai recandidatar ao cargo de Primeiro-ministro.
Entretanto, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse que “ia tomar as devidas providências face às circunstâncias”. O Presidente aceitou o pedido de demissão e convocou já o Conselho de Estado.
A demissão de António Costa vem no âmbito da investigação aos negócios do lítio e hidrogénio verde e que já causou, pelo menos 5 detidos, entre os quais o presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas e o chefe de gabinete do primeiro-ministro, Vítor Escária. Também o Ministro das Infraestruturas é arguido.