O deputado do PSD, Gonçalo Valente, emitiu um comunicado rebatendo as acusações do Partido Socialista, que o classificou como “caixa de ressonância do governo”. Valente afirmou que, de facto, atua como uma “caixa de ressonância do governo para fazer entoar o som do investimento no Baixo Alentejo”, e criticou a atuação do PS na região, declarando que o partido “nunca soube tocar mais do que ‘ferrinhos’ na orquestra baixo alentejana”.
Em resposta às críticas sobre o seu conhecimento técnico, Gonçalo Valente esclareceu que, ao referir-se a “motor”, estava a aludir à “parte mecânica e estrutural das carruagens e não aos componentes acessórios, pois esses foram requalificados”. O deputado questionou ainda se carruagens com mais de 30 anos não seriam consideradas material circulante “cansado”, e se tal observação justificaria uma nota de imprensa.
Valente acusou o PS de “mediocridade” por se vangloriar de que as carruagens dos anos 80, renovadas nos anos 2000, são as melhores a circular em Portugal. “Quando umas carruagens fabricadas nos anos 80 e renovadas nos anos 2000 são o melhor que temos está tudo dito sobre a qualidade e o investimento de que a ferrovia foi alvo pelos governos socialistas”, frisou. O deputado reforçou que, embora as carruagens ARCO sejam rebocáveis por locomotivas elétricas da CP, ser “o melhor que temos” é muito diferente de ser “de qualidade e aquilo que Portugal merece”.
O parlamentar social-democrata manifestou surpresa com a “descaramento” do PS ao acusá-lo de ser uma “caixa de ressonância do Governo”. Gonçalo Valente sublinhou que, em comissão e em plenário, nunca se absteve de questionar o governo e de pugnar pelos interesses do Baixo Alentejo. Citou a aprovação da A26 até Beja e o despacho para a ampliação e requalificação do Hospital de Beja como “conquistas” resultantes da sua intervenção. “Disse, sem pedir licença a ninguém, olhos nos olhos do governo, que só contaria com a minha lealdade se a minha região fosse tratada com a dignidade que merece”, afirmou.
Valente recordou ainda as palavras públicas do Ministro Miguel Pinto Luz, que o descreveu como um “osso duro de roer” no processo da A26 até Beja, enfatizando que essa postura foi decisiva para a concretização da obra. Rejeitou receber “lições de moral ou de defesa” da sua região de quem, na sua opinião, se mostrou “sempre subserviente ao seu partido, desprezando a nossa região e priorizando os seus lugares políticos”.
Sobre a questão da reposição das composições ferroviárias, o deputado reiterou que partilha do desejo de que voltem à linha do Alentejo, mas sem “milagres” ou “em circunstância alguma” comprometer a segurança. Assegurou que está a envidar esforços para que tal aconteça o mais brevemente possível e que aceitou a explicação de que a situação é temporária por “não terem outra alternativa”.
Gonçalo Valente concluiu o comunicado afirmando a sua crença nas pessoas e nas instituições, mas advertindo que, caso o que lhe foi dito não se concretize, estará “com a mesma frontalidade de sempre a fazer cumprir aquilo para que fui eleito, defender os interesses da minha região e dos Baixo Alentejanos”. Por fim, lançou um desafio ao PS: “Se o objetivo é tentarem desgastar o deputado do PSD, digo apenas: Só têm isso para dar?” conclui o comunicado