Na última reunião da CIMBAL – Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo, realizada no dia 20 de fevereiro, marcou presença a Secretária de Estado da Mobilidade, Cristina Pinto Dias.
No decurso do encontro, o presidente da Câmara de Beja, Paulo Arsénio, defendeu a introdução do “Passe Verde Ferroviário”. Segundo o autarca esta “é uma boa medida, que levou a uma duplicação do uso do comboio face à procura anterior”. O mesmo destaca que, “porém essa medida não foi acompanhada de nenhuma outra, nomeadamente em relação ao material circulante, que antes estava no limite e que agora é manifestamente insuficiente face à procura. Várias vezes, mas sobretudo ao domingo à tarde no sentido Beja – Lisboa e à Sexta-Feira à tarde no sentido Lisboa – Beja, os passageiros viagem de pé em comboios sobrelotados” sublinha Arsénio.
“A estação de Beja terá obras profundas de remodelação (no âmbito da empreitada de eletrificação da linha Beja – Casa Branca), com aumento do cais de embarque, a partir de, prevê-se, 2027 e até 2029” lembra o presidente da Câmara de Beja.
O mesmo acrescenta que, “nessa altura com a chegada do novo material circulante já encomendado pelo governo anterior e com maior capacidade no embarque, será possível melhorar substancialmente a qualidade do serviço, porém até lá carece de algum tipo de solução este grande constrangimento que os passageiros passaram a enfrentar”.
O autarca de Beja lembrou a governante “da falta de ligações (ferroviárias) a Sul”, nomeadamente ao Algarve e “mesmo as ligações por empresas de transporte rodoviário são escassas à região do Algarve, isto quando uma parte expressiva da comunidade estudantil do nosso Instituto Politécnico, por exemplo, é oriunda dessa região”, por essa razão, “importa reforçar as ligações diárias do Baixo-Alentejo ao Algarve” detalha Paulo Arsénio.
O edil de Beja aproveitou ainda a oportunidade para lembrar “a escassez de concorrência no mercado de transporte rodoviário. Há uma empresa no território que serve a comunidade mas que não tem concorrência no mercado regional. porque não há outros operadores interessados em zonas de baixa densidade populacional e que tem serviços lucrativos quase exclusivamente no período escolar, fruto da população das escolas e dos passes que tiram no período de aulas” frisa.
Na sua intervenção, Paulo Arsénio recordou a “dificuldade crescente dos Municípios, sobretudo em regiões de intensa atividade agrícola como é o caso do concelho de Beja, em ter motoristas em número suficiente nos quadros que cumpram os circuitos de transportes escolares e de transporte em geral, assegurado pelas autarquias, um problema que tende a agudizar-se no futuro se forem revistas estas carreiras ou dados incentivos específicos à função”.
“Reforçar que o sistema de transporte a pedido aos fins-de-semana e feriados sempre que não haja transporte público regular para determinada localidade, sistema já em vigor há muitos anos no concelho de Beja com elevado grau de sucesso, deve ser preferencialmente, em áreas como Beja, contratualizado com os serviços de Táxi, como sucede” enfatiza o autarca bejense.
“As matérias ligadas à Infraestrutura (rodoviária e ferroviária) não são do Pelouro Governamental da Sr.ª Secretária de Estado, como de resto teve oportunidade de salientar, mas do seu colega das Infraestruturas, Dr. Hugo Espírito Santo” sublinha Paulo Arsénio.
O presidente da Câmara recorda que o Município de Beja manteve no dia 13 de dezembro do ano passado em Lisboa, no Ministério, “uma reunião com o Senhor Ministro das Infraestruturas e da Habitação, Dr. Miguel Pinto Luz, onde foram abordadas, e colocadas, todas as matérias relativamente à questão das acessibilidades a Beja bem como sobre a Estratégia Local de Habitação”.
